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Boletim Informativo Nº 51
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Falência de bioprótese aórtica : implante de Tavi Valve in Valve ou nova troca valvar cirúrgica ?

Dr. Vicente Paulo Resende Júnior 

Recentemente, tivemos uma publicação do EuroIntervention que começou a nos mostrar que a tavi alve in Valve (VIV) pode ser sim uma ótima opção terapêutica em pacientes com disfunção de prótese biológica aórtica . As diretrizes clínicas atuais recomendam cirurgia para uma falência de bioprótese aórtica (indicação de classe I), mas a válvula cardíaca transcateter expansível por balão Sapien XT (Edwards Lifesciences) e a plataforma autoexpansível CoreValve (Medtronic) estão aprovadas pela Food and Drug Administration dos EUA para procedimentos ViV desde 2015 para pacientes de alto ou extremo risco cirúrgico.

O investigador senior desta publicação ,Ankur Kalra, MD (Cleveland Clinic, OH) ,Em 2019, apresentou dados do STS database demostrando que SAVR de repetição para válvulas aórticas bioprotéticas disfuncionantes estava em declínio entre 2012 e 2016, mas caiu vertiginosamente após a aprovação do FDA dos procedimentos de ViV. Esta análise mais recente , disse Kalra, é uma continuação dessa pesquisa em que eles queriam comparar os resultados clínicos iniciais do TAVI ViV versus SAVR.

Trata-se de estudo retrospectivo de 2016 a 2018 que incluiu 6769 pacientes , sendo 3724 pacientes para o grupo TAVI ViV versus 3045 pacientes para a retroca valvar aórtica ( SAVR ), publicado no mês de setembro no Eurointervention .Este estudo de coorte retrospectiva identificou pacientes que foram submetidos a TAVI ViV ou SAVR e teve como desfechos primários todas as causas de readmissão (aos 30 dias e 6 meses) e óbito hospitalar. Os desfechos secundários foram acidente vascular cerebral intrahospitalar , implante de marcapasso, eventos cardíacos adversos maiores em 30 dias / 6 meses (MACE) e mortalidade durante a readmissão. Análise de correspondência de pontuação de propensão (Propensity score matching) foram implementados.

As mulheres constituíram 48,9% do grupo TAVI VIV e 38,9% do grupo SAVR. A hipertensão foi a comorbidade mais comum em ambos os grupos. O grupo TAVI VIV parecia ter maior risco com uma taxa muito maior de insuficiência cardíaca (80% vs 45%), cardiomiopatia isquêmica (70,6% vs 43,4%) e outras comorbidades, como infarto do miocárdio prévio, revascularização prévia, insuficiência renal crônica , diabetes e doença pulmonar crônica. Os pacientes selecionados para TAVI VIV eram muito mais velhos do que aqueles tratados com cirurgia (idade média de 79 vs 65 anos; P <0,001) .O grupo SAVR apresentou maior taxa de obesidade e coagulopatia.

TAVI ViV foi associado a menor mortalidade intra-hospitalar (1,2% vs 3,4%), menor taxa de sangramento maior (29,7% vs 67,7) e menos complicações cardiorrespiratórias (9,3% vs 26,5%). O tempo médio de internação para o ViV TAVI foi significativamente menor (4 dias vs 10 dias). Outros resultados hospitalares, como acidente vascular cerebral, complicações vasculares, implante de marca-passo e custo foram semelhantes entre os dois grupos. No entanto, o TAVI ViV teve uma taxa maior de readmissão por todas as causas em 30 dias e 6 meses em comparação com SAVR de repetição.

Portanto, esses dados demonstram inequivocamente a segurança do TAVI ViV em uma população de alto risco. Estudos futuros projetados para levar em consideração o escore STS e a fragilidade nos ajudariam a selecionar o procedimento mais apropriado para pacientes com próteses degeneradas. Isso é de particular importância à medida que avançamos em uma discussão sobre o manejo ao longo da vida de pacientes com valvopatia.

 

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